terça-feira, 8 de julho de 2008

Fomos Heróis é um destes filmes que mostram – cruelmente – a inutilidade e o horror dos conflitos armados. A história é baseada em fato real. Em 14 de novembro de 1965, o Tenente Coronel Hal Moore (papel de Mel Gibson) e seus jovens soldados desembarcaram com seus helicópteros na Zona de Pouso Raio-X, no Vale de Ia Drang, uma região posteriormente conhecida como O Vale da Morte. A guerra do Vietnã ainda estava no início. Prepotentes e subvalorizando o inimigo, os americanos ainda nem sequer sonhavam com as dificuldades e a derrota que os esperavam. Toda a narrativa é centrada na figura do Tenente Coronel Hal Moore, que na vida real, ao lado do jornalista Joseph Galloway (papel de Barry Pepper, de À Espera de um Milagre), escreveu o livro que deu origem ao filme. Um filme feito com a clara intenção de fazer chorar e de denunciar o grande vazio de toda e qualquer guerra. O roteiro é claramente dividido em duas partes bem distintas. E clássicas. A primeira tem por finalidade humanizar os personagens. É praticamente impossível não criar uma forte empatia com todos eles. As situações são as mais tradicionais possíveis. O soldado que acabou de ser pai, o medo do conflito, o sargento durão, a solidariedade das esposas. Criado o vínculo tela/platéia, parte-se para a segunda parte: a carnificina. Matando-se violentamente aqueles que aprendemos a amar na primeira parte do filme, as lágrimas são inevitáveis. Louve-se o fato do filme abrir espaço também para o lado vietcongue, humanizando os inimigos, fato raro em se tratando de Hollywood. Vale lembrar que o ferroviário Hutton Gibson – pai de Mel Gibson – carregou toda a extensa família dos Estados Unidos para a Austrália, justamente para evitar que alguns de seus onze filhos fossem convocados para o Vietnã. Sábia decisão. Não fosse por isso, talvez hoje a família Gibson estivesse marcada no triste painel dos 58 mil nomes.

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